terça-feira, 7 de maio de 2013

Hospitalização (Hospital-Usina)

     

      Grandes avanços na medicina e farmacologia permitem que hospitais se tornem centros nos quais a tecnologia impera. Diagnósticos são realizados precocemente e tratamentos se tornam mais sofisticados, podendo prolongar vidas até um ponto nunca antes imaginado. Mas será que a preocupação com pessoas doentes, sua história, sua subjetividade e as relações com o entorno têm recebido o mesmo destaque dado á tecnologia? Infelizmente, não. Quanto mais avança o desenvolvimento tecnológico, parece que menos de olha para as pessoas. Olhos voltados para máquinas não percebem as sutilezas do olhar e do sentir de uma pessoa doente.
        No relato de alguns doentes, eles não se queixam dos enfermeiros ou dos atendentes, pois esses fazem um trabalho difícil de acompanhante e não os reduzem a objetos a cuidar. Os pacientes sabem que são chamados por números porque a rotatividade dos leitos é muito grande. 
       Em hospitais, de forma mais especifica "Hospital-Usina", como chama Charentenay (deifinição de/ lugar onde pacientes e equipe se tornam vítimas da enconomia e do rendimento), tudo é previsto para que erros não aconteçam: as informações técnicas são transmitidas, as consígnias são bem conseguidas, as precauções contra os acidentes pós operatórios são aplicadas ao pé da letra. os resultados são admiráveis. A técnica está afinada. Não se perde mais tempo, os dias de hospitalização são reduzidos e as taxas de sucesso aumentam. O hospital-usina é um sucesso quanto aos resultados. Resta saber se ele responde às demandas de "como realizar.
     Com frequência os doentes não tem coragem de se dirigir ao médicos ou às enfermeiras, observa-se que os escolhidos para interlocutores são aqueles que executam tarefas mais simples e estão física ou geograficamente próximos do doente. Esse dado anuncia que é necessário oferecer formação e suporte psicológico aos atendentes, ao funcionários da limpeza, pois é com eles, os que também não têm poder e palavra, que ocorrem a identificação e a comunicação que contribuirão para amenizar o sofrimento gerado durante o tratamento.

Hospital, saúde e subjetividade (Vânia Mercer e Ana Claudia Wanderbroocke)

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