segunda-feira, 13 de maio de 2013

Crianças retráidas

      
   
   As crianças retraídas são crianças que se reprimem. A definição "retirar ou não manifestar" é muito apropriada. Em algum ponto do caminho elas aprenderam a manter a boca calada, alguém falou demais e elas captaram a mensagem. Essas crianças realmente "se fecham", segurando rigidamente sentimentos e experiências dentro de sua concha. É preciso uma bordagem delicada frente a essa criança. Ela, tão poderosa no estado retraído, não está disposta a desistir facilmente de tais poderes. Está criança não está usando sua arma intencionalmente  Ela aprendeu em algum ponto de sua vida que era algo que tinha que fazer, e mesmo que as circunstâncias tenham se modificado, ainda o faz. Ou então usa a arma porque sente que é perigoso demais abir-se e falar.
     A criança retraída muitas vezes acha-se em estado de isolamento porque é incapaz de participar de uma comunicação interpessoal livre e segura. Tem dificuldade em exprimir seus sentimentos de afeto bem como de raiva. Ela tipicamente se mantém num local seguro, evitando o risco de rejeição ou mágoa. A espontaneidade não lhe é familiar e a deixa assustada, embora possa admirá-la nos outros e desejar ser mais solta, aberta, fluente.
    Quanto mais velha a pessoa, mais difícil é varar os anos e anos de sua parede protetora. Mas o adulto, com um esforço consciente, pode contra-atacar isso por meio da sua vontade, da sua determinação em ser diferente. A criança pequena, porém , acha-se imersa na sua necessidade de se proteger, e geralmente não está cônscia do seu estado de retraimento, embora possa saber que alguma coisa não está em ordem. (Violet Oaklander)

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